sexta-feira, 29 de abril de 2011

João Paulo II - Um HOMEM que mudou a história - Karol Wojtyla, BEATIFICADO!

publicado no meu blog em Março de 2009, recuperado para a sua beatificação...


Um menino simples que se tornou um gigante da sua era.


Recordar alguém que, sem armas ou qualquer outro tipo de violência, conseguiu fazer tanto pelo nosso mundo, é o mínimo que podemos fazer por este HOMEM.
Porque aprendemos muito com a sua passagem pela terra.
Foi um homem habituado a sofrer desde muito novo e a conseguir ultrapassar todos os sofrimentos, até na morte, foi para junto do nosso Pai. A vida dele está cheia de provas dadas e sofreu até ao final da sua vida. Sempre a desempenhar o seu papel de reconciliador entre os povos. Foi o Papa que mais viajou, porque só conhecendo e estando próximo do seu rebanho é que o Pastor pode ajudar a tratar os “males” existentes. Passo a descrever algumas passagens da sua vida, onde se comprova o grande HOMEM com quem tivemos o prazer de conviver. 
1920 - 18 de Maio, em Wadovice, nasce Karol Wojtyla, filho de Karol Wojtyla e Emília Kaczorowska.
1926 – 15 de Setembro, entra na escola e cedo se destaca como um dos melhores alunos.
1929 – 13 de Abril, a mãe de Karol morre vítima de infecção renal.
1932 – 5 de Dezembro, o único irmão, Edmund médico, morre, aos 26 anos, devido a uma epidemia de escarlatina.
1938 – 22 de Maio, recebe o Sacramento do Crisma, termina os estudos secundários e muda-se com o pai de Wadovice para Cracóvia, onde se inscreve na Faculdade de Letras e de Filologia, da Universidade Jagellon.
1939 – 1 de Setembro, as tropas de Hitler invadem a Polónia, Karol é obrigado a interromper os estudos universitários e dedica-se ao teatro, à literatura e ao estudo de algumas figuras religiosas como S. João da Cruz ou S. Teresa de Ávila.
1940 – 1 de Novembro, começa a trabalhar como operário numa pedreira ligada à indústria química Solvay.
1941 – 18 de Fevereiro, vítima de ataque cardíaco, morre o pai do futuro Papa.
1942 – 23 de Outubro, entra no Seminário de Cracóvia e inscreve-se no curso de Teologia cujo funcionamento era clandestino.
1944 – Agosto, deixa o trabalho na Solvay e muda-se para a residência do Arcebispo de Cracóvia.
1946 – 1 de Novembro, é ordenado sacerdote.
1946 – 26 de Novembro, em Roma, prossegue os estudos teológicos na Universidade Angelicum, dirigida por dominicanos.
1948 – 8 de Julho. Regressa à Polónia. É nomeado coadjutor do pároco de Niegowic. 
1949 – Volta a Cracóvia e assume funções na paróquia de S. Floriano junto de trabalhadores e estudantes.
1954 – Docência na Universidade Católica de Lublin.
1958 – 4 de Julho, nomeado Bispo Auxiliar de Cracóvia.
1962 – 5 de Outubro , início da sua participação no Concílio Vaticano II.
1963 – 30 de Dezembro, é designado Arcebispo de Cracóvia.
1967 – 29 de Maio, é nomeado Cardeal pelo Papa Paulo VI.
1978 – 25 de Agosto, participa no conclave que elege João Paulo I.
            16 de Outubro, ás 17h17m, Karol Wojtyla torna-se no 264º Papa.
1979 – 2 de Junho, inicia a sua primeira visita apostólica à Polónia.
            Setembro, numa deslocação histórica, torna-se no primeiro Papa a visitar a Irlanda.
1981 – 15 de Janeiro, recebe em audiência, no Vaticano, uma delegação do Solidarieda, liderada por Lech Walesa.
             13 de Maio, 17h19m, o turco Ali Agca alveja o Papa, em plena Praça de São Pedro, em Roma.
             17 de Maio, na clínica Gemelli, em Roma, o Papa afirma: «Rezo pelo irmão que me atingiu, a quem perdoei sinceramente»
1983 – 27 de Dezembro, o Papa desloca-se à prisão de Ribibbia para se encontrar com Ali Agca, que cumpre, ali, uma pena prisão perpétua.
1986 – 27 de Outubro, encontro histórico, em Assis, com os dirigentes mundiais das grandes religiões.
1987 – 30 de Dezembro, encíclica Sollicitudo Rei Socialis, sobre as magnas questões do Terceiro Mundo.
1989 – 1 de Dezembro, em audiência privada, o Papa recebe Mikhail Gobachev, o primeiro representante máximo da URSS a visitar o Vaticano.
1991 – 15 de Janeiro, o Papa escreve a George Bush e Saddam Hussein, numa tentativa de evitar a guerra do Golfo.
              1 de Maio, nas vésperas da segunda visita a Portugal, o Papa publica a encíclica Centesimus Annusn no centenário do primeiro documento da Igreja Católica sobre a questão social.
1992 – 17 de Maio, beatificação de José Maria Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei, num dos processos mais rápidos e polémicos da história da Igreja.
1994 – 8 de Setembro, em Castelgandolfo, o Papa celebra missa pela Paz nos Balcãs, após suspender uma visita a Sarajevo devido a ameaças à sua segurança feitas pelos sérvios da Bósnia.
1995 – 25 de Março, encíclica Evangelium Vitae, sobre o aborto e a eutanásia, em que o Papa denuncia a «cultura da morte no Ocidente».
            25 – Maio, Ut Unum Sint, a mais audaz encíclica papal sobre o diálogo inter-religioso e o ecumenismo.
1996 – 1 de Novembro, Comemora os 50 anos da sua ordenação sacerdotal, duas semanas depois, torna-se o primeiro Papa a publicar a sua autobiografia – Dom e Mistério.
              19 de Novembro, recebe no Vaticano o líder de Cuba, Fidel Castro.
1997 – 24 de Março, a Igreja Católica rende-se às novas tecnologias e o Vaticano apresenta a sua página oficial na Internet.
             4 de Maio, beatificação de Ceferino Jiménez Malla, morto durante a guerra civil espanhola e primeiro cigano a ser proclamado beato.
1998 – 22 de Janeiro, primeiro Papa a visitar Cuba.
            16 de Outubro, cumpre 20 anos de pontificado o mais longo do século XX.
2000 – 8 de Janeiro, o presidente da Conferência Episcopal alemã lança a polémica sobre a renúncia papal, devido à saúde de Karol Wojtyla.
             12 de Março, o Papa pede perdão no Vaticano pelos pecados da Igreja Católica na história.
             26 de Março, João Paulo II visita a Jordânia, Palestina e Israel, onde pede perdão ao povo judaico, junto do Muro das Lamentações em Jerusalém.

As comemorações do Jubileu do ano 2000 representam outro marco deste pontificado, tendo a Igreja Católica assinalado os 2.000 anos do nascimento de Jesus Cristo com mais de 30 dias festivos consagrados às diferentes categorias de fiéis, iniciados com o Jubileu das crianças e terminados com o do mundo do espectáculo, e uma Carta Apostólica indicando o caminho a seguir no «Novo Millennio Ineunte» (novo milénio que agora começa).
A imagem de João Paulo II a fechar a Porta Santa da basílica de São Pedro no Vaticano, a 06 de Janeiro de 2001, ficará para a história de um Jubileu em que o Papa apelou a uma «nova evangelização».
João Paulo II ficará também para a história como o Papa que mais visitas pastorais fez durante os mais de 26 anos em que esteve à frente da Igreja Católica, contribuindo com as suas 104 viagens, a 131 países, para a internacionalização do Vaticano, para a afirmação da sua autoridade e para desvincular a imagem papal da burocracia eclesiástica.
As suas últimas deslocações tiveram como destino a Suíça, em Junho de 2004 e, em Agosto do mesmo ano, Lourdes, em França, onde efectuou uma peregrinação por ocasião do 150/o aniversário da promulgação do Dogma da Imaculada Conceição, durante a qual celebrou uma missa na Praça do Santuário e se recolheu em oração privada na Gruta das Aparições de Massabielle.
Ao todo, percorreu, durante as suas visitas pastorais, mais de 1.700.000 quilómetros, o equivalente a mais de 31 voltas ao mundo.
João Paulo II não conseguiu, no entanto, visitar a China, que conta 10 milhões de católicos (menos de 1 por cento da população), pelo facto de a Santa Sé manter relações diplomáticas com Taiwan e de ter, no final da década de 90, canonizado 120 «mártires católicos» que morreram no país no início do século XX.
As autoridades chinesas classificaram-nos como «notórios criminosos» e o incidente nunca foi ultrapassado, apesar de se terem realizado conversações secretas nesse sentido entre Pequim e o Vaticano.
A Rússia foi o outro país que o Papa sempre quis visitar, mas não obteve «luz verde» do patriarcado ortodoxo de Moscovo, que nunca ultrapassou o facto de o Vaticano não concordar que mais de 2.000 paróquias retomadas pelos católicos aos ortodoxos na década de 90 sejam utilizadas conjuntamente pelas duas correntes cristãs e de a Santa Sé ter criado em 2002 quatro dioceses permanentes no país.
Outra das viagens importantes de João Paulo II foi a que realizou à Grécia, Síria e Malta no início de Maio de 2001, cumprindo um desejo expresso em 1999 de efectuar uma peregrinação aos lugares relacionados com a «história da salvação» e percorrer os passos do Apóstolo São Paulo.
Na capital da Grécia, país tradicionalmente ortodoxo, o Papa pediu «perdão» perante o chefe da Igreja ortodoxa grega, monsenhor Christodoulos, pelos católicos que «pecaram contra os ortodoxos», durante a primeira visita de um Sumo Pontífice católico à Grécia desde a separação das Igrejas Católica e Ortodoxa no cisma de 1054.
Em Novembro de 2001, o Papa surpreendeu todos quando decidiu fazer uma peregrinação de comboio a Assis (Itália), convidando todos os líderes religiosos mundiais a rezarem pela paz na Basílica de S.Francisco, numa altura em que as tensões entre as religiões eram grandes, devido ao agravamento do conflito no Médio Oriente e à intervenção norte-americana no Afeganistão, originada pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos.
Esta Oração Mundial Pela Paz, que se realizou a 24 de Janeiro de 2002 e foi presidida por João Paulo II, reuniu em Assis líderes de 48 confissões de todo o mundo (à semelhança do que acontecera em 1962 e 1986), que se comprometeram a «não utilizar o nome de Deus em altares de violência» e a trabalhar em conjunto pela paz.
Os milagres do corpo.
O outrora atlético Karol Wojtyla esteve prisioneiro de um corpo que evidenciava claros sinais de decadência. Mas se João Paulo II era o primeiro a comentar de forma irónica que até nem estava «velho», a dor e a doença faziam já parte do seu quotidiano.
E a saúde converteu-se num dos temas mais sensíveis para o Vaticano:
Devia ou não o actual Bispo de Roma renunciar ao cargo devido às suas limitações físicas?
Aparentemente, Ele preferia «partilhar o sofrimento redentor de Jesus Cristo».
Na Cúria de Roma continuava em vigor uma máxima de séculos: «Il Papa sta bene finche muore» (O Papa está bem até que morra)

Fiz esta pesquisa em Setembro de 2004. Nunca foi publicada.
Morre às 21h37, hora de Roma, do dia 2 de Abril de 2005, o Mundo parou perante a notícia da morte do Santo Padre mais viajado de sempre. As exéquias fúnebres decorreram na Praça de São Pedro, pela manhã do dia 7 de Abril de 2005. A cerimónia fúnebre durou três horas, sobre alta segurança, presidida pelo então, decano dos cardeais, o Cardeal Joseph Ratzinger. Assistiram 2500 convidados, entre Chefes de Estado, primeiros-ministros, e outras personalidades. O corpo de João Paulo II está sepultado nas Catacumbas Vaticanas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

XI Encontro de Grupos de Amenta das Almas, foi na 1ª aldeia LED de Portugal - CABEÇA/Seia - Serra da Estrela

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texto no Porta da Estrela (alterado); 

A aldeia de Cabeça foi palco do XI Encontro de Grupos de Amenta das Almas. O evento decorreu no Sábado, dia 16 de Abril, pelas 21h30m, contou com a participação dos grupos de Seia, Vila Cova, Carragozela, Corgas, Loriga e Cabeça.

A organização, contou com o apoio da Junta de Freguesia de Cabeça, do Centro de Apoio à 3ª Idade local e do Rancho Folclórico de Seia, é do Grupo de Amenta das Almas de Cabeça, que recebeu o testemunho transmitido no ano passado, aquando da realização do X Encontro em Seia.

A concentração realizou-se no Largo da Malhada, junto à Igreja, no centro da povoação de Cabeça, e contou com actuação de cada grupo em separado em vários locais da aldeia. No final, os grupos,  juntaram-se no adro da igreja de São Romão, onde já tinha actuado o Grupo de Seia.
«Estamos determinados em não deixar morrer esta tradição, para que não desapareça o que resta da cultura e dos costumes genuínos dos nossos antepassados. Entendemos que estes Encontros estimulam a responsabilidade de todos. Não basta cantar separadamente na aldeia, na vila ou na cidade de cada um. Estes Encontros mostram que as nossas terras estão vivas, projectando-as culturalmente», refere José Pinto, um dos organizadores do evento.
Refira-se que em diversas povoações do concelho de Seia, nomeadamente em Loriga, Cabeça, Corgas, Vila Cova, Carragozela Seia e São Romão, a tradição secular do "amentar das almas", também conhecida por "encomendação das almas", que consiste numa oração cantada pelas ruas em louvor dos que já morreram, é recuperada por diversos grupos que pretendem, assim, preservar uma tradição ancestral da época da Quaresma. Habitualmente, a procissão parte à meia-noite, nas madrugadas frias de sexta para sábado ou de sábado para domingo, junto aos cemitérios daquelas povoações onde os participantes vão "buscar" as almas, percorrendo depois vários pontos da povoação.
Dos lugares mais elevados da povoação, nas encruzilhadas ou em frente das alminhas, um grupo de componentes encapotados recordam ou trazem à mente dos que dormem tranquilamente a necessidade de sufragar as almas do Purgatório. Em Loriga, a “encomendação” tem moldes diferentes. Nos pontos mais altos da Vila, desenrola-se um diálogo cantado por vários homens, que despertam o povo que dorme para a recordação dos que já morreram e, ao mesmo tempo, para a oração pelos seus familiares e amigos que já partiram para a eternidade. Os seus cânticos são, aqui e ali, interrompidos por uma badalada do sino da Torre da Igreja, onde se encontra um dos participantes neste ritual, seguido de um período de silêncio, durante o qual se reza um Pai Nosso ou uma Avé Maria. Em seguida os diversos grupos juntam-se no largo da Igreja e é realizada uma “arruada”, uma espécie de Via-sacra por diversos pontos da vila.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

Artigo de Pedro Afonso - Médico psiquiatra (de Leitura obrigatória!!!); A saúde mental dos portugueses


Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no
Público, 2010-06-21

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas
esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da
Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No
último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença
psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas
perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com
impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência,
urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das
crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens
infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos
dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos
os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na
escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos
terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade
de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural
que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos,
criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze
anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100
casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo
das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres
humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas
sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém
maquinal mente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa,
deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos
ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de
alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez
mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.
Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença
prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e
produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de
três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a
casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma
mãe marejada de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão
cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três
anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de
desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho
presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela
falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição
da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual,
tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar
que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês,
enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à
actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e
complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de
escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando
já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com
responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos
números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de
pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um
mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de
um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência
neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o
estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se
há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma
inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Texto de Nicolau Santos publicado na Revista “UP” da TAP...ler com "muita" atenção é só o nosso País (PORTUGAL)!

recebido por mail; não alterei nada. Até o texto inicial é de um grande amigo, que me enviou o mail. 

Meus Amigos

Leiam com atenção este texto, independentemente de se gostar ou não do autor, é um tónico e um estimulante para a psique Nacional, tão amargurada.
Falta acrescentar, o prémio Nobel da Medicina  Dr. Egas Moniz e o Prémio/Oscar ( aliás o 2º - Arq. Siza Vieira ) de melhor arquitecto do mundo ao Sr. Arq. Souto Moura.
Quem não se enquadra neste Belo País, são os Nossos Políticos.

o texto, referido no titulo;
"Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mi.)
Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins.

Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.

Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).

Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a constuir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical)e que tem a melhor
incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)

Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.

Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).

Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).

Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).

Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).

O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL."