sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Farmácias com dificuldades financeiras! Quando ouvi a 1ª vez, pensei que tinha ouvido mal...

No primeiro semestre deste ano, o número de farmácias com fornecimentos suspensos aumentou 47 por cento, um dos dados que faz com que a Associação Nacional de Farmácias (ANF) considere a situação económica e financeira destes estabelecimentos “preocupante”.
in Público...


Como é possível isto acontecer.
Vamos lá a ver se eu percebi;

O negócio das farmácias é protegido por lei. Já foi mais, eu sei, mas continua a ser muito protegido.
Quase não têm concorrência.
O lucro é actualmente de 20%, era de 18,25% desde 2005.
Os pobres doentes, são "obrigados" a pagar o que lhes pedem.
Se vendem fiado, a culpa é só deles, etc, etc, etc...

Ainda falam em aumentar o lucro, porque 20% é pouco. Ou o cliente começar a pagar pelos serviços prestados!
E aquelas farmácias que não têm qualquer problema, financeiro, nem nunca tiveram. Porque será?

Só pode ser incompetência de quem gere o negócio.
Não são muitos os negócios com clientes "certos", que têm 20% de lucro.

Aprendam a gerir empresas e parem de "esfolar", os pobres reformados que não têm outro remédio se não enterrar as suas pensões nas farmácias.

3 comentários:

  1. Também eu continuo a acreditar que ouvi mal.
    Há muito que as farmácias não são apenas farmácias mas também, por exemplo, perfumarias. Por isso, ouvi mal...

    Abraço,
    PVP

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  2. Meu caro Nuno:
    A acrescentar a alguns maus exemplos de gestão, concordo, existem ainda outros problemas:
    - o preço de grande parte dos medicamentos que não pagam sequer o custo de distribuição, aviamento, ... sabe concerteza que os "reformados" vão a uma farmácia e trazem um saco de plástico com meia dúzia de embalagens e pagam apenas meia-dúzia de centimos.
    - o custo da mão-de-obra associada à farmácia, normalmente técnicos e farmacêuticos que não ganham exactamente o ordenado mínimo (felizmente, acrescentaria eu se ...)
    - o facto de ser o único comércio que eu conheça que vende um produto e recebe apenas em média, 20% do seu valor, recebendo os restantes 80% uns meses depois
    - ... outros que poderia enumerar e que, quem está por dentro do "negócio do medicamento", bem conhece, não sendo este o local apropriado para o fazer. Qualquer pessoa, mesmo não sendo economista mas conhecendo aritmética básica, sabendo o preço de aquisição, o PVP, a comparticipação conexa, e os prazos de pagamento/recebimento, e se for proprietário de farmácia, certamente o seu maior desejo seria vendê-la pois, tal como o algodão, a matemática não engana.

    Julgo perceber as pessoas que se admiram com tudo isto mas a verdade é esta: as farmácias estão em dificuldade porque as margens (não são as que indica) não sustentam a actividade e o caminho é a redução de colaboradores com a consequente redução de horários e o inevitável encerramento em localidades onde não se justifica a sua existência (sabe, por exemplo, que uma farmácia tem que ter um nº minimo de tecnicos?).
    Não se esqueça que, em muitas pequenas e esquecidas localidades do nosso infeliz país, a farmácia exerce uma função social que vai muito além do simples comércio de medicamentos ... se visita e caminha por esse Portugal mais profundo, pergunte às pessoas das aldeias o que pensam da sua farmácia e o que acham da possibilidade de terem um medicamento aviado pagando zero e sem a receita que, se nada de anormal suceder, só será passada daí a semanas ...
    É assim meu caro, ...
    Nada de ressentimentos com a sua opinião, claro !!! mas, como diz o ditado "Eu bebo a àgua que quero porque só eu sei a sede que tenho".
    Cumpts
    João Rui Pimentel

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    1. Não sei se reparou mas este post tem dois anos. E neste espaço de tempo muita coisa mudou.
      Neste momento, já não será exatamente assim. Mas, apesar de não estar por dentro de todo o negócio que envolve as farmácias/medicamentos, tenho conhecimento, por obrigação, de muitas das finanças de algumas delas. E conheço muitos bons exemplos e alguns maus exemplos, de gestão. Porque, quando os lucros são abundantes e "fáceis", não custa nada gerir um negócio, agora quando é necessário encontrar outras soluções para ultrapassar as barreiras que se nos deparam, para que o negócio continue de pé; é aí que se mostram os verdadeiros gestores. E isto é válido para qualquer negócio, como deve saber. Foi, exatamente, o que aconteceu e está acontecer com Portugal. (apenas um desabafo)
      Outra questão que ajuda na minha opinião; Qual o valor de um alvará de farmácia nos dias de hoje? E alguns anos atrás?
      Houve bancos a fazer empréstimos, que tinham como garantia o alvará!
      O valor não era atribuído, apenas pela escassez dos mesmos, mas também pela rentabilidade do negócio.
      Quanto a farmácias de aldeia, conheço perfeitamente, vivo numa dessas pequenas localidades. Além disso conheço algumas farmácias de aldeia, que por acaso, são bem geridas. O problema de muitas dessas pequenas farmácias está relacionado com um problema ainda maior, a desertificação, do nosso interior!
      Concordo com algumas das suas afirmações, mas a gestão, continua a ser preponderante no bom resultado do negócio.
      Como diz e bem; Cada um bebe a água que quer!

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