domingo, 29 de março de 2009

DESERTIFICAÇÃO




À boleia da "Visão" do Pedro Amaro no seu blog, http://vila-de-loriga.blogspot.com/

edito um artigo já publicado no Jornal em 2006. Infelizmente, cada vez mais actual .

As fotos, são de Sazes Velho e Sandomil, tiradas em Fevereiro do mesmo ano.



A desertificação é muito antiga, não é um problema actual. Onde houvesse riqueza, ou onde se pudesse criar mais valias para a população em geral era onde se formavam aldeias, vilas e cidades. Hoje em dia continua a ser assim, com o custo de vida sempre a subir, as deslocações cada dia mais caras, as populações tendem a residir cada vez mais perto dos grandes centros, pode ser numa aldeia perto, mas quanto mais perto melhor. As antigas minas que ajudaram a fundar várias povoações, os lanifícios e outras fábricas de transformação que tinham que ser construídas perto de rios (a força motriz de antigamente, a água). A maior parte já fechadas e as povoações vizinhas em declínio, as fábricas hoje em dia têm que estar perto de Vias Rápidas, veja-se o exemplo de Mangualde, Nelas e Carregal do Sal só para citar alguns bons exemplos. Como é possível impedir a desertificação da nossa Serra. Teixeira, Vide, Balocas, Baloquinhas, Cabeça, alguns exemplos de povoações que não têm qualquer tipo de indústria perto, nem se prevê que venham a ter, a agricultura é de subsistência, portanto também não é por ai que se fixa população, a maior parte já reformada. A única forma de se conseguir fixar a população é através do turismo rural, mas mesmo assim é um sector que não emprega muita gente e tem altos e baixos durante o ano. Portanto agora como antigamente vamos continuar a assistir à desertificação do interior do nosso Pais. As grandes cidades cada vez mais “atafulhadas” de carros e gente, porque no interior não se consegue ter rendimentos suficientes para suportar as despesas do dia-a-dia. As pessoas reconhecem que perderam qualidade de vida, mas é ali que conseguem ganhar um ordenado melhor.

Como se pode ver pelos exemplos a seguir os governos a nível mundial já reconheceram esse problema. Nas Nações Unidas foi ratificada uma Convenção (CCD) por todos os países. Em Portugal existe também um Programa (PANCD), para combate à desertificação, mas penso que existe só mesmo o programa porque remar contra a maré da desertificação poucos ou nenhuns remam.


Publicado em Maio de 2006


Sem comentários:

Enviar um comentário