segunda-feira, 1 de abril de 2013

Senna em Palco apresentou SENALONGA, de Avelino Cunhal, pai de Álvaro Cunhal... no Dia Mundial do TEATRO! - fotos -

na Casa Municipal da Cultura de Seia!

"O grupo de teatro residente na Casa Municipal da Cultura de Seia, “Senna em Palco”, apresentou no dia 27 de março, o espetáculo “Senalonga”, a partir da obra de Avelino Cunhal. Por ser Dia Mundial do Teatro, o Município abriu as portas do Cineteatro ao público com entrada livre, assinalando a efeméride com uma criação própria, de atores locais. "Senalonga" é um livro escrito pelo senense Avelino Cunhal, pai de Álvaro Cunhal. São histórias da vila de Senalonga (muito possivelmente Seia), terra perdida nas abas de uma grande serra no coração do país. Histórias passadas por volta de 1900 e que terão sido escritas em Lisboa, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 1964, onde se consegue retratar com requintes de genialidade pormenores das personalidades da época, situações da governação local, dos figurões da terra, dos anseios das suas gentes, do dia-a-dia da vila. Avelino Henriques da Costa Cunhal nasceu em Seia a 28 de outubro de 1887, e faleceu em Coimbra a 19 de dezembro de 1966. Em 1922 foi nomeado Governador Civil do Distrito da Guarda e em 1924 foi para Lisboa onde exerceu advocacia, destacando-se na defesa de diversos acusados pela ditadura de crimes contra a nação e práticas subversivas. Foi colaborador das revistas Vértice, Seara Nova e O Diabo. Foi, ainda, dramaturgo, tendo escrito várias peças neo-realistas, sob o pseudónimo de Pedro Serôdio. Os seus trabalhos tinham claras intenções de intervenção social, pelo que foram alvo de censura, por vezes com a própria detenção do autor. “Senalonga” conta com Encenação e imagem de Alexandre Sampaio. Dramaturgia de Alexandre Sampaio, Abel Santos e Sofia Borges, a partir de "SENALONGA" de Avelino Cunhal. Apoio dramatúrgico de Mariana Aires, Paulo Mendes, Fabíola Figueiredo e apoio cenográfico de Carina Alexandre e Abel Santos. Interpretação de José Abrantes, João Alves, Luís Amaro, Sofia Borges, Carla Ferreira, Fabíola Figueiredo, Alícia Gomez, Adriana Neves, Elsa Pinto, Carla Reis e Caroline Santos. Temas musicais de Ecos tradicionais & Rudi Aleixo, Fernando Alvim & Rão Kyao, Rancho Folclórico Pastores da Serra e Toze Novais. Produção da Casa Cultura de Seia, com direção de programação de Mário Branquinho, e direção técnica de José Guilherme. Apoios da Fundação Portuguesa das Comunicações, Bombeiros Voluntários de Seia, Museu Etnográfico de Seia, Rancho Folclórico de S. Romão, Academia Sénior de Seia, Rádio Cultura de Seia, TEXAMIRA, Restaurante Miralva, Olhos D'Água, Iguarias Soberbas, AgriEstrela e AgriSeia-Sociedade de Produtos Agrícolas. Agradecimentos a Mariana Alves, Ricardo Alvo, Eugénio Borges, Luísa Borges, Vanessa Canhoto, José Ferreira, Carlos Lopes e Rui Miguel (adereços) José Dias, Maria Emília Gonçalves, Rafaela Mapril, Irene Marques, Palmira Mota (figurinos). O Grupo “Senna em Palco”, conta com 9 anos de existência, realizou várias produções e participou em diversos festivais, promovendo ainda 6 cursos de iniciação teatral para a comunidade senense."

Em novembro de 2008, Mário Branquinho, escreve assim no seu blog...

""Senalonga" é um livro escrito por Avelino Cunhal, pai de Álvaro Cunhal. São histórias da vila de Senalonga, terra perdida nas abas de uma grande serra no coração do país. Historias passadas por volta de 1900 e que terão sido escritas em Lisboa, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 1964, sem apoio de escrito algum, mas onde se consegue retratar com requintes de genialidade, pormenores de personalidades da época, situações da governação local da altura, dos figurões da terra, de defeitos e virtudes e tudo o que fazia o dia-a-dia da vila.
A história mais primorosa será mesmo aquela da inauguração de uma casa de banho publica, em que no dia e na hora de cortar a fita, o primeiro a usar é o Presidente da Câmara da altura, para fazer o seu xixi, seguindo-se depois todos os Vereadores e demais autoridades presentes!


Um livro de 285 páginas divertidas, com várias histórias bem contadas e bem escritas.

Por mim, ainda não perdi a esperança de haver um grupo de teatro a pegar nalguns textos do livro e adaptá-los para uma apresentação pública.
.

O Município de Seia fez uma edição de 1.000 exemplares em 1996, pelo que, como costumo dizer: “para consulta, pode ser encontrado na Biblioteca Municipal e para comprar numa papelaria de Seia”."


Em janeiro de 2009, Sérgio Reis, também escreve sobre Avelino Cunhal, no seu blog...


"Avelino Henriques da Costa Cunhal não foi propriamente artista plástico mas era um intelectual multifacetado, com obra literária conhecida e alguma produção plástica.

Liberal e republicano, o pai de Álvaro Cunhal chegou a Governador Civil da Guarda durante a I República. Nunca foi comunista mas opôs-se frontalmente ao regime de Salazar ao defender presos políticos em tribunal, leccionando na "Universidade Popular", e até nas actividades de tempos livres, escrevendo e pintando.

Publicou cinco livros: Senalonga, Nevrose e três peças teatrais – sob o pseudónimo de Jorge Serôdio. Foi ainda colaborador da revista Seara Nova.

Na área da pintura, conhecem-se poucas obras de Avelino Cunhal. Há coisa de dois anos, apareceu no mercado um quadro a óleo s/madeira, de sua autoria, que esteve exposto na Sociedade Nacional de Belas Artes.

A propósito de exposição na SNBA, refira-se que um dos seus quadros mais famosos é "O Menino da Bandeira Branca", que foi apreendido pela P.I.D.E. em Maio de 1947, por ocasião da II Exposição Geral de Artes Plásticas na SNBA. A exposição contou com 89 artistas participantes, muitos deles unidos na oposição ao regime salazarista. Avisado dos secretos objectivos da exposição, o regime reagiu na primeira página do jornal Diário da Manhã ("órgão da unidade nacional") e efectuou uma rusga policial à exposição. Foram apreendidos seis quadros, entre os quais o de Avelino Cunhal, e alguns artistas foram interrogados pela P.I.D.E. Este acontecimento é marcante na história do neo-realismo português pois transformou as Exposições Gerais da SNBA num reduto neo-realista e levou a censura prévia à exposição seguinte (Maio de 1948). Foi a primeira vez, em Portugal, que houve censura prévia nas artes plásticas. Eis mais uma curiosidade da vida de Avelino Cunhal."



o álbum com todas as fotos aqui...


















Sem comentários:

Enviar um comentário